Ações afirmativas
UFPel indicia 24 alunos de Medicina
Acadêmicos teriam fraudado sistema de cotas para negros e indígenas; outros três denunciados foram considerados inocentes
A Comissão de Avaliação da Declaração de Etnia que avaliou as denúncias contra alunos de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) recomenda à instituição o desligamento de 24 acadêmicos.
Acusados de fraude no sistema de cotas para negros e indígenas, eles devem apresentar documentação até o dia 16 deste mês que prove o direito à vaga ocupada. Outros três estudantes, também denunciados, foram considerados inocentes pela comissão.
Este ainda é um resultado preliminar do processo, frisa o coordenador de Ações Afirmativas da UFPel, Rogério Reus Gonçalves da Rosa. Ele explica que a investigação se deu em duas etapas: entrevistas individuais com os acusados e análise para saber se há coerência entre o histórico da pessoa e sua autodeclaração na matrícula. "Elegemos uma série de aspectos e averiguamos se era compatível com o que eles dizem", relata Rosa.
Pelo menos 11 pessoas compõem a comissão, entre professores da UFPel, técnicos e vinculados ao Movimento Negro, que levantaram fatores fenotípicos, de ancestralidade e discriminações sofridas, como racismo. Foram aproximadamente três semanas de trabalho sobre as denúncias. A decisão do grupo foi comunicada na quarta-feira à coordenação da Faculdade de Medicina. Ainda de acordo com Rosa, a maioria dos acadêmicos investigados se autodeclarou parda.
E agora?
Se confirmada a fraude, os estudantes perderão a vaga na UFPel. O coordenador de Ações Afirmativas destaca que ela será destinada a outro universitário que se enquadre no sistema de cotas e no semestre respectivo. "Não queremos deixar essas vagas em aberto, estamos preocupados com isso. A ideia é elaborar um edital junto à Faculdade de Medicina e trabalhar na modalidade de transferência", antecipa. Os alunos denunciados ingressaram na Federal entre o primeiro semestre de 2013 e de 2016.
Em nome da Reitoria, a Assessoria de Comunicação da UFPel emitiu nota, na tarde desta quinta-feira (10), esclarecendo que os estudantes que tiveram sua autodeclaração indeferida têm até a próxima quarta-feira para recorrer administrativamente na Universidade. Conforme o comunicado, "após a análise dos recursos, a Comissão emitirá o resultado final e o encaminhará à coordenação do curso e ao gabinete do reitor, para a tomada de providências".
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